Por que o carro no Brasil é tão caro. Falam os fabricantes



Os fabricantes não gostaram da comparação dos preços dos carros vendidos no Brasil e em outros países. O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, disse que não se pode comparar “banana com abacaxi” (no caso, quem seria o abacaxi?).

Mas para explicar porque o carro é tão caro, a Anfavea, associação dos fabricantes, recorreu ao estudo feito pela consultoria PriceWaterhouseCoopers, que usa exatamente as comparações com outros países para mostrar o alto custo da cadeia produtiva no Brasil (em todos os setores e não apenas na indústria Automobilística): compara o custo dos insumos, da energia, da logística, da mão de obra.

O estudo mostra que o responsável pelo que os fabricantes chamam de Custo Brasil não é isoladamente o imposto, mas uma série de itens. Cledorvino Belini enumerou-os para a AutoInforme:

Em primeiro lugar aparece o problema do câmbio. A valorização do real frente ao dólar encarece os insumos e os serviços adquiridos no Brasil.

Em seguida vem o custo do capital. “Como a produção de veículos tem uma cadeira longa, os fornecedores trabalham com capital de giro elevado e isso custa caro. Os juros altos aumentam o encargo financeiro cobrado para a produção”, disse Belini.

O dirigente enumerou a energia como o terceiro problema na produção brasileira. Segundo o estudo, o custo do kw/hora no Brasil é de 0,10 de euros, sendo que na Europa é de 0,06, na Argentina 0,04 e no México 0,05. O aço também é responsabilizado pelo aumento dos custos, ele custa 40% a mais do que em outros países.

Segundo o levantamento, o custo da logística no Brasil é muito maior do que a média mundial: entre 16% e 17% do custo final do produto. “Num país competitivo – disse um representante dos fabricantes – o custo da logística não pode passar de 10%”. Isso vale para todos os setores.

O estudo da Price concluiu que a mão de obra no Brasil é muito cara: 5,3 euros por hora. Mas comparou esse item apenas com México (2,6 euros/hora), China (1,3) e Índia (1,2), ficando de fora Argentina, os países da Europa e os Estados Unidos. Só ficou o abacaxi.

Numa média geral, a produção no Brasil é 60% mais cara do que na China, 40% mais cara que no México e 55% mais cara que na Índia, concluiu o estudo.

O outro ponto que encarece o preço final do carro, segundo os fabricantes, é que, além do imposto direto, existe a tributação indireta e os custos dos encargos sociais, coisas que não existem em outros países.

Os fabricantes argumentam que, enquanto o mercado cresceu 115% de 2005 a 2011, a produção cresceu apenas 45%, isso significa que, por um lado, o mercado está sendo atendido por produtos importados, e por outro, as nossas exportações estão caindo. Ambos levam ao que a Anfavea teme, a desindustralização do País.

Os fabricantes têm a expectativa de ver contempladas algumas das questões levantadas no estudo na segunda edição do Programa de Desenvolvimento Produtivo, que está sendo preparado pelo governo.

Fonte: [Notícias Automotivas].

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